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A condição humana de errar

Numa sociedade em que a imagem é muito importante e que frequentemente glorifica a perfeição e o sucesso, a noção de ter o direito de errar pode parecer contra-intuitiva. No entanto, aceitar a inevitabilidade dos erros não é apenas libertador, mas também essencial para o crescimento pessoal, a inovação e a criação de um mundo mais inclusivo e empático.


Já alguma vez se questionou sobre a importância de reconhecer o nosso direito de errar e os benefícios que daí possam advir, tanto individualmente como para as organizações?


Já alguma vez sentiu o estigma de estar errado?

Os seres humanos são condicionados a lutar pela correção/perfeição desde crianças. Na escola, as respostas erradas são assinaladas a vermelho e, no local de trabalho, os erros podem ser alvo de críticas ou mesmo de penalizações. Este condicionamento cria o medo de estar errado, o que pode sufocar a criatividade, dificultar a aprendizagem e desencorajar o risco e a inovação.

O estigma associado ao facto de estar errado pode levar a uma mentalidade fechada/rígida, em que os indivíduos evitam desafios e novas experiências para proteger a sua imagem de competência. Em contrapartida, uma mentalidade de crescimento – que vê os erros como oportunidades de aprendizagem – pode promover a resiliência e a melhoria contínua.

Os erros são poderosas ferramentas de aprendizagem, pois sempre que cometemos um erro, temos a oportunidade de analisar o que correu mal, compreender a razão e desenvolver estratégias para evitar erros semelhantes no futuro. Este processo aprofunda a nossa compreensão e aperfeiçoa as nossas competências, conduzindo, em última análise, ao crescimento pessoal e profissional.

Aliás, muitas das maiores inovações do mundo surgiram de erros; tais como a descoberta da penicilina, o forno micro-ondas e os post-its somente para nomear alguns exemplos de descobertas acidentais. Quando nos damos a liberdade de experimentar e falhar, abrimos a porta a descobertas inesperadas e a soluções criativas.

A aceitação da inevitabilidade dos erros ajuda a desenvolver a resiliência, enfrentando e ultrapassando desafios, desenvolvemos a capacidade de recuperar de contratempos e de nos adaptarmos a circunstâncias em mudança, o que é crucial na actualidade, em que a rapidez da mudança e a sua imprevisibilidade grassam….

Para as organizações, a criação de um ambiente que aceite o direito de errar é vital para promover a inovação e o envolvimento dos colaboradores, o que implica

  • Incentivar a comunicação aberta através da criação duma atmosfera em que os colaboradores se sintam seguros para expressar as suas ideias, preocupações e erros sem receio de julgamento; portanto, com abertura e flexibilidade. A comunicação aberta fomenta a confiança e a colaboração, conduzindo a uma melhor resolução de problemas e à inovação.
  • Encarar os erros como oportunidades de aprendizagem; e em vez de penalizar os erros, analisá-los até como experiências de aprendizagem valiosas. Partilhe histórias de fracassos e as lições aprendidas com eles, o que não só reduz o medo de cometer erros, pelo apoio ao risco, como também promove uma mentalidade de crescimento.
  • Fornecer apoio e recursos, para que todos possam aprenderem com os seus erros, quer seja através de formação, mentoria, coaching e acesso a informação que os possa ajudar a melhorar e a ter sucesso nas suas funções.
  • Modelar a vulnerabilidade; ou seja, os líderes desempenham um papel crucial na formação da cultura organizacional. Ao reconhecerem abertamente os seus próprios erros e partilharem as lições aprendidas, os líderes podem dar o exemplo a seguir. Esta vulnerabilidade promove uma cultura de autenticidade e de busca de melhoria contínua.

A nível individual, aceitar o direito de estar errado requer autocompaixão e vontade de sair da nossa zona de conforto. Eis alguns passos para o ajudar neste percurso de desenvolvimento:

  1. Repensar os erros
    Encare os erros como oportunidades de crescimento e não como fracassos.
    Lembre-se de que cometer erros é uma parte natural do processo de aprendizagem e que cada erro traz consigo conhecimentos valiosos, que o vão ajudar a delinear os próximos passos.
  2. Praticar a autocompaixão
    Trate-se a si próprio com a mesma bondade e compreensão que ofereceria a um amigo ou colega. Reconheça os seus erros sem se julgar a si próprio negativamente e concentre-se nas lições aprendidas.
  3. Procurar feedback
    Procure ativamente o feedback dos outros para obter diferentes perspectivas e percepções. O feedback construtivo pode ajudá-lo a identificar áreas a melhorar e a acelerar a sua aprendizagem.
  4. Abraçar a curiosidade
    Cultive uma mentalidade curiosa e aborde os desafios com um sentido de admiração e exploração; pois a curiosidade impulsiona a inovação e ajuda-o a navegar pelo desconhecido com confiança.

O direito de estar errado é uma condição da experiência humana e a ao aceitarmos os nossos erros, libertamos o potencial de crescimento, inovação e resiliência. Seja no desenvolvimento pessoal ou na cultura organizacional, reconhecer e aceitar o direito de errar promove um mundo mais inclusivo, criativo e empático. Por isso, vamos dar a nós próprios e aos outros a liberdade de cometer erros, aprender com eles e, finalmente, prosperar.
Se não aprendermos quando cometemos um erro, iremos certamente repeti-lo….

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